Descrição
Ao longo dos séculos, houve a substituição do machado, pás, enxadas e de queimadas por instrumentos cada vez mais refinados, seletivos e destrutivos. O avanço da tecnologia trouxe consigo o avanço desse poder de destruição. O potencial de transformação associado ao melhor conhecimento das leis que regem o universo levou, entre outras coisas, na década de 1950, ao desenvolvimento do conceito de aniquilação mútua garantida (da sigla em inglês MAD, mutual assured destruction).
Desde então, nossa espécie confrontou, de forma variada, múltiplas ameaças, incluindo o desaparecimento acelerado de espécies animais (e vegetais), e teve sucesso na reinserção de algumas poucas espécies na natureza. Em maior escala, o banimento de clorofluorocarbonetos (CFC), no que é até hoje “possivelmente o mais bem-sucedido acordo de cooperação internacional de todos os tempos” (Kofi Annan), e a consequente recuperação da camada de ozônio é um elemento auspicioso.
Os problemas que continuamos a enfrentar nos dias de hoje são múltiplos e desafiadores. Para um leigo é difícil entender como um garimpo a céu aberto possa prosperar em um mundo onde a vigilância por satélites e o monitoramento por equipamentos eletrônicos alcançam os níveis atuais. Para pessoas racionais é difícil entender como, depois de Minamata, o uso do mercúrio continua a ocorrer na escala das centenas de toneladas e de forma selvagem como ação deliberada.
A FAPESP desenvolveu, com sucesso, diversos programas que buscaram estimular e organizar a produção de conhecimento sobre a biodiversidade, a bioenergia, as mudanças climáticas e a ciência de dados. O desenvolvimento do BIOTA, BIOEN, PFMCG e eScience, no entanto, era feito com pouca ou nenhuma sinergia entre esses notáveis programas. Já a Iniciativa Amazônia trabalha a integração entre esses programas, criando um metaprograma.
Primeiro passo da Iniciativa Amazônia, a Escola São Paulo de Ciência Avançada, brilhantemente liderada pelo Prof. Carlos Joly, não apenas resultou neste livro, mas atraiu a atenção de jovens e promissores estudantes para esta temática. A transição sustentável que buscamos para a Amazônia não será alcançada sem ciência de qualidade, sem a participação de lideranças experientes e de jovens engajados, sem uma visão multifacetada e sem a participação da sociedade como um todo. Os diferentes temas abordados neste livro são um testemunho da complexidade do desafio à frente. A ciência e os cientistas devem ser protagonistas nesta transformação.
Luiz Eugenio Araújo de Moraes Mello
______________________________________
QRCode para acesso ao livro:
Clique aqui para acessar o livro:
Diálogos Amazônicos: Contribuições para o Debate Sobre Sustentabilidade e Inclusão
______________________________________
Especificações
342 páginas – 16×23 – ISBN 978-65-84811-39-3 – 2023 – e-book
Sumário
Da destruição garantida à transição sustentável
A Escola São Paulo de Ciência Avançada para uma Amazônia Sustentável e Inclusiva
Vetores de degradação e impactos de larga escala na Bacia Amazônica
Desafios e oportunidades para zerar o desmatamento na Amazônia Brasileira
Por que não continuar construindo hidrelétricas na Amazônia brasileira? Contribuições para uma matriz
elétrica renovável e efetivamente sustentável
Impacto dos agrotóxicos na bacia amazônica: uma revisão multidisciplinar
Poluição por mercúrio em comunidades indígenas pan-amazônicas: um retrato da realidade
Inclusão e diversidade cultural na Bacia Amazônica, do nível local ao transnacional
Inclusão, acesso e permanência de estudantes indígenas na universidade: reflexões sobre potenciais aprimoramentos para a Universidade do Estado do Amazonas
A diversidade urbana na Amazônia e as agendas globais para a sustentabilidade urbana: propostas e desafios para a mesorregião Ilha do Marajó – Pará
Direitos territoriais e conservação da diversidade biocultural na Amazônia: um estudo comparativo sobre demarcação e titulação de territórios indígenas e quilombolas no Brasil, Equador e Suriname
Diálogos para sustentabilidade e inclusão na Bacia Amazônica: governança local, participação e transdisciplinaridade
Adaptação às secas na Amazônia: abordagens participativas para o fortalecimento da perspectiva das comunidades ribeirinhas
Governança local, mudanças climáticas e manejo de recursos naturais na Amazônia
A transdisciplinaridade é imprescindível para reformular um futuro sustentável para a Amazônia
Novos relatos para a Amazônia